img Leseprobe Sample

As invasões bárbaras

Uma genealogia da história da arte

Éric Michaud

EPUB
9,49
Amazon iTunes Thalia.de Weltbild.de Hugendubel Bücher.de ebook.de kobo Osiander Google Books Barnes&Noble bol.com Legimi yourbook.shop Kulturkaufhaus ebooks-center.de
* Affiliate Links
Hint: Affiliate Links
Links on findyourbook.com are so-called affiliate links. If you click on such an affiliate link and buy via this link, findyourbook.com receives a commission from the respective online shop or provider. For you, the price doesn't change.

WMF Martins Fontes img Link Publisher

Geisteswissenschaften, Kunst, Musik / Regional- und Ländergeschichte

Description

Em sua origem, a palavra "bárbaro" é uma onomatopeia que designa aquele estrangeiro cujo idioma soaria como o resmungo de um "blá-blá-blá" ininteligível. Se essas pessoas de aparência exótica e de maneiras esdrúxulas nem falam direito, será que elas pensam? E, se o humano é o animal racional, seriam eles tão humanos quanto nós? Há aí dois pressupostos: o de que os bárbaros são todos iguais (quiçá devêssemos dizer "o" bárbaro) e o de que a língua, os meios de expressão e os modos estariam em fiel paralelo com a alma, a mente ou a psique. Eles seriam, por assim dizer, sua parte visível. Adicionando a esse cenário a velha superstição ainda repetida pelo senso comum segundo a qual "a arte é o que melhor encarna o gênio de um povo", isso significaria que as labirínticas relações de influência, interpenetração e sucessão de diversos estilos deveriam por sua vez refletir uma dinâmica de miscigenação dos povos não menos complexa. Com ares de psicologia das raças, a história da arte nasce, assim, sob o signo das invasões bárbaras: ao apoiar-se em algumas singularidades visíveis, ela associa objetos artísticos a povos, agrupando, nos museus, as produções das artes visuais segundo sua proveniência geográfica e o pertencimento "étnico" de seus criadores. Ainda hoje, no mercado mundial dos objetos de arte, a denominação étnica das obras – arte negra, afro-americana, latina, indígena etc. – confere a esses objetos de troca uma mais-valia significativa. A genealogia de uma história da arte que é tanto artística quanto racial vive em simbiose com um racismo que é tão biológico quanto cultural. Ao situá-lo, historicizá-lo e perspectivá-lo, Éric Michaud mostra que o "branco" europeu – ele mesmo tomado como um todo monolítico quando ocupa a posição de "outro" – existe no âmago do uma cisão essencial: o espectro do ininteligível, do "xeno" irredutível, nunca pode ser plenamente exorcizado, e, por baixo das mais insuspeitas línguas civilizadas, como imperceptível e ensurdecedor ruído de fundo, ainda ressoa o "blá-blá-blá" da glosa bárbara.

More E-books At The Same Price
Cover Tangata Manu
William Antonio Zacariotto
Cover Povos Indígenas Brasileiros
Ellen Cristina Faria
Cover Inquérito Paulo Freire
Joana Salém Vasconcelos
Cover Palestina
Bárbara Caramuru
Cover Civilizar homens e florestas
Nasthya Cristina Garcia Pareira
Cover Palestina
Rashid Khalidi
Cover Cativas litigantes
Luma Ribeiro Prado
Cover Jequié
Valter Luiz dos Santos Marcelo
Cover Nobres soldados D'el Rei
Fabiano Vilaça Dos Santos
Cover Cleópatra
Francine Prose
Cover Para entender a Rússia Primitiva
Paulo Ernani Rezende de Rezende
Cover A Guerra total de Canudos
Frederico Pernambucano de Mello
Cover Narrativas da cidadania
Francisco Alambert
Cover Eram a Consolação
Danilo Santos de Miranda
Cover Revolução Russa
Fernando Horta

customer reviews

Keywords

historiografia, etnia, bárbaros, nacionalismo, história da arte, arte, genealogia, etnia na arte